sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Renault Laguna III 2.0 dCi 150cv Luxe Cx. Auto

Renault Laguna III 2.0 dCi 150cv Luxe Cx. Auto - O desejo foi reforçado por Carlos Ghosn numa entrevista ao Autohoje e espelha bem a vontade do presidente do grupo Renault-Nissan de que o Laguna represente não só um sucesso comercial, mas também um porta-estandarte da imagem da marca. Será uma tarefa demasiado ambiciosa?

Tirando um ou outro detalhe diferenciador (como os farolins de led), o familiar francês trocou o factor "espanto" por uma maior dose de "consenso". Ainda assim, houve quem se mostrasse desgostado com a zona traseira. O que prova que, por mais conservadora que seja a opção, é quase impossível agradar a todos.

Um dos méritos deste desenho é que dilui o impacto do crescimento das dimensões. Com mais 119 mm de comprimento, o Laguna segue a tendência do segmento, aproximando-se dos "gigantes" VW Passat e Citroën C5, mas distanciando-se do "compacto" Série 3.

Se nas dimensões o Laguna se afastou dos chamados "Premium", já na qualidade geral o trajecto foi o inverso. O acesso ao habitáculo revela um rigor construtivo e uma escolha de materiais desconhecida do seu antecessor. Ou seja: os anseios de Carlos Ghosn não passaram - nem podiam passar - em vão. Ainda assim, para estar no topo, o Laguna tem de limar algumas arestas, tanto quanto à presença de alguns ruídos parasitas como no aprimorar de um ou outro acabamento.

Onde o Laguna não terá dificuldades em bater-se com os melhores é na oferta de espaço. Para se ter ideia das melhorias, podemos referir que o comprimento para pernas atrás atinge os 770 mm, mais 90 mm que o anterior Laguna e o mesmo valor que o referencial Passat. Já o espaço em altura atrás não é dos melhores (875 mm), ainda que a presença do tecto panorâmico também não ajude.

O exemplo alemão não se cingiu à qualidade. Se entrarmos no Laguna e percorrermos os primeiros metros de olhos fechados, podíamos jurar que, pela solidez e pelo acerto de suspensão, seguíamos ao volante de uma qualquer proposta de um construtor germânico. O Laguna controla eficazmente os movimentos da carroçaria, sem beliscar o conforto. A nota de surpresa vem da agilidade, já que mesmo não permitindo desligar o ESP (o controlo de tracção só se desliga até aos 40 Km/h) o Renault reage com convicção às tentativas de fazer rodar a traseira.

Se não podemos, com toda a certeza, dizer que Carlos Ghosn acertou em cheio, podemos pelo menos afirmar que está perto do objectivo traçado. O Laguna não ficará, porventura, entre os três primeiros, mas arriscamos um mais conservador top 5…

Nenhum comentário:

eXTReMe Tracker